//
você está lendo...
Uncategorized

Serviço Social Clínico

O CFESS acaba de publicar um parecer jurídico sobre as consideradas “práticas terapêuticas” do serviço social, atualmente (nem tão atualmente assim…) denominado por “serviço social clínico”. O documento traz definições atuais do que sejam tais práticas, apesar do uso simplesmente de dicionários para embasar a disucssão.  O parcer é bom, atual e provoca um debate fervoroso com grupos de assistentes sociais organizados em prol da “causa  clínica” em todo o país.

A Bahia iniciou a briga e o pessoal do Mato Grasso deu espaço no site do Conselho Regional. Muitos hospitais tem nas portas do serviço social uma plaquinha indicando “Serviço Social Clínico” – como se por “clínico” entendesse tudo aquilo que ocorre dentro de um hospital.

O retorno (ou retrocesso) deste debate já está algum tempo acontecendo nas faculdades de serviço social. Aquela discussão americana que estudamos nos primeiros períodos da graduação parece estar de volta. É preciso sim, neste momento, retornar à história, mesmo para entender que há sempre o novo não alcançado e o velho não superado!!!

Segue link para pesquisa.

Discussão

5 comentários sobre “Serviço Social Clínico

  1. Sou favoravel as praticas terapeuticas do assistente social.Trabalhamos com casos individualizados, familias que acreditamos ter embasamento para atuar.Os formandos maias antigos penso que seria necessario existir um curso para aperfeicoar pois nas faculdades ja se fala deste atendimento para o assistente social. Acredito que deve-se ampliar o campo de atuacao , com qualificacao e claro!

    Publicado por Ana | 10 de março de 2009, 20:50
  2. A INFLUÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL
    Nenhuma história da terapia familiar seria completa sem mencionar a enorme contribuição dos assistentes sociais e sua tradição de serviço comunitário. (Devemos a Donald Bordel & Benjamin Saunders [1988] a indicação de omissões anteriores a esta importante contribuição.) Desde o início da profissão, os assistentes sociais estiveram preocupados com a família, tanto como uma unidade social fundamental quanto como foco da intervenção (Ackerman, Beatman & Sherman, 1961). A profissão do assistente social desenvolveu-se no final do século XIX, a partir dos movimentos de caridade na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Naquela época, como agora, os assistentes sociais dedicavam-se a melhorar a condição dos pobres e desprivilegiados da sociedade. Além de atender as necessidades básicas de alimentos, vestuário e habitação, os assistentes sociais também tentavam aliviar a angústia emocional nas famílias de seus clientes e encaminhá-los às entidades sociais responsáveis pelos extremos de pobreza e privilégios. O visitador solidário era um assistente social que visitava os clientes em suas casas para avaliar suas necessidades e oferecer ajuda. Tirando os profissionais de seus escritórios e os levando até as casas das pessoas carentes, essas visitas serviram para derrubar a artificialidade do modelo médico-paciente que prevaleceu durante tanto tempo. Os visitadores solidários estavam diretamente envolvidos no tratamento de problemas de casamentos conturbados e dificuldades na educação dos filhos. Os profissionais das casas de assistência social ofereciam serviços sociais, não apenas aos indivíduos, mas também aos grupos familiares. A assistência social familiar foi provavelmente o foco mais importante do treinamento inicial em Zeviço Social. Na verdade, o primeiro curso ministrado pela primeira escola de Serviço Social dos Estados Unidos intitulava-se “O Tratamento das Famílias Carentes em Suas Próprias Casas” (Siporin, 1980). Os profissionais aprendiam a importância de entrevistar pai e mãe ao mesmo tempo para obter um quadro completo e preciso dos problemas de uma família, isto em uma época em que as mães eram consideradas responsáveis pela vida familiar, e muito antes dos profissionais tradicionais de saúde mental terem começado a experimentar a realização de sessões familiares conjuntas. Estes estudiosos da assistência social familiar da virada do século estavam bastante conscientes de algo que a psiquiatria demorou mais 50 anos para descobrir que as famílias devem ser consideradas como unidades. Assim, por exemplo, Mary Reymond (1917), em seu texto clássico Social Diagnoses, prescreveu o tratamento de “toda a família” e advertiu contra o isolamento dos membros da família de seu contexto natural. O conceito de Richmond de coesão familiar tinha um toque incrivelmente moderno, antecipando, como realmente o fez, os trabalhos posteriores das teorias do papel, a pesquisa de dinâmica de grupo e, é claro, a terapia da família estrutural. Segundo Richmond, o grau de vínculo emocional entre os membros da família era um determinante fundamental da sua capacidade de sobreviver e florescer. Richmond também previu desenvolvimentos com os quais a terapia familiar passou a se preocupar na década de 1980, encarando as famílias como sistemas dentro de sistemas. Como observaram Bardhill e Sauders (1989 no livro Marital conflict and psychoanytic ): Ela (Richmond) reconheceu que as famílias não são conjuntos isolados (sistemas fechados), mas existem em um contexto social particular, que influencia interativamente e é influenciado por seu funcionamento (isto é, são abertos). Descreveu graficamente esta situação, usando um conjunto de círculos concêntricos para representar vários níveis sistêmicos, desde o individual até o cultural. Sua abordagem à prática foi considerar o efeito potencial de todas as intervenções em todo o nível sistêmico, e compreender e usar a interação recíproca da hierarquia sistêmica para propósitos terapêuticos. Ela realmente assumiu uma visão sistêmica da angustia humana. (p. 319). Ironicamente, os primeiros assistentes sociais a encararem a família como a unidade de intervenção, recuaram para uma visão mais tradicional da abordagem indivíduo-como-paciente quando ficaram sob a influência da psiquiatria na década de 1920. Os assistentes sociais do ramo da saúde mental foram fortemente influenciados pelo modelo psicanalítico prevalecente, que enfatizava os indivíduos, não as famílias. Quando o movimento da terapia familiar foi iniciado, os assistentes sociais estavam entre seus mais numerosos e mais importantes colaboradores. Entre os líderes da terapia familiar que são assistentes sociais estavam: Virginia Satir, Ray Bardhill, Peggy Papp, Lynn Hoffman, Froma Walsh, Insoo Berg, Jay Lappin, Richard Stuart, Harry Aponte, Michael White, Doug Breunlin, Olga Silverstein, Lois Braverman, Steve de Shazer, Peggy Penn, Betty Carter, Braulio Montalvo e Monica McGoldrick. A propósito, mesmo começar uma lista dessas é difícil, porque, a menos que escrevêssemos páginas e páginas de nomes, seria inevitável a omissão de muitos nomes importantes.
    Texto extraído do Livro: TERAPIA FAMILIAR Conceitos e Métodos – Nichols, M. P. & Schwartz, R. C. – Artmed – 1998

    Publicado por SERCLINICO | 21 de abril de 2009, 12:54
  3. Qual a relação a função interventiva entre Assistente Social X cliente e a realação da função de interventiva do Assistente Social X usuário?

    Publicado por Inês Oliveira | 4 de maio de 2009, 20:06
    • As praticas terapeuticas no ambito do Serviço social, compreendidas como processos de intervenção profissional, devem estar apoiadas em uma formação especializada que lhe garanta a competência técnica para qualificar sua prática ao atender as diversidade que emergem no campo profissional. Neste sentido, as práticas terapeuticas no serviço social vem ao encontro de dois dos princípios éticos profissionais; o primeiro se refere ao compromisso com a qualidade dos serviços prestados á população e com o aprimoramento intelectual da competência profissional e, o segundo, corresponde a garantia do pluralismo e o respeito ás correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas e o compromisso constante com o aprimoramento intelectual. Portanto, as práticas terapeuticas do serviço social, atuando em intervenções individualizadas e com famílias nos mais diversos e complexos fenomenos sociais da contemporaneidade, representam mais um saber a serviço da população usuária. Logo, o comprometimento com os valores democráticos e com os serviços á população nos remete a reflexão que este é um momento de debate metodológico e operacional desta especialização com o propósito de avançar, aprofundar, ampliar e democratizar o aprimoramnto intelectual e competência técnica.
      A atenção deverá estar direcionada para os processos de construção de saberes levando em conta os avanços científicos e a realidade social, política e economica do cotidiano que nos cerca.

      Publicado por L. Maria | 24 de maio de 2009, 22:00
  4. Preciso saber se existe alguma lei que defende a prática da Terapia Familiar na área da Saúde Mental por Assistente Social.
    Obrigada
    Celia

    Publicado por Celia Poletti | 18 de maio de 2010, 17:51

Deixe um comentário